Os álbuns do Interpol são verdadeiras epopéias, começam com um prólogo/invocação bastante sombrio seguido de climas, ritmos e quebras que farão seu coração acelerar como numa boa narrativa heróica.
O debute Turn On The Bright Lights é um dos discos mais injustiçados dessa década, são raríssimas suas menções entre os melhores, mas este é um álbum que a um só tempo ressuscitou um estilo e o remodelou de forma a criar outro, sendo seguido (quando não simplesmente copiado) por muitas outras bandas. Já de início, na faixa sem título, você se depara com o pretensioso verso “I will surprise you sometime”, mas acredite: isso é muito mais profético que megalomaníaco.
A segunda, Obstacle 1,muito mais que surpreendente, é arrebatadora. She can read, she can read, she can read, she’s bad. Nesse momento certamente você já vai ter se dado por vencido e só restará contemplar esse trabalho incrível. A atmosfera gloriosa epopéica segue, não através de façanhas de heroísmo, mas com guitarras zigzagueando sobre a melodia, linha de baixo em contratempo, batidas ora soturnas, ora quase dançantes e o vocal cativante de Paul Banks. Vale especial atenção para NYC, The New, Stella Was a Diver and She Was Always Down e a “Smithica” Say Hello To The Angels.
Para...
...ouvir sentado no escuro só com as luzinhas do rádio piscando: Stella Was a Diver and She Was Always Down
...tomar um tapa na cara quando já estava bem acomodado: The New
...sua mãe achar que você precisa de acompanhamento psicológico: Obstacle 1
Interpol - Turn On The Bright Lights [2002] - >9 graus na escala Richter
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Senha: obstacle
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